segunda-feira, outubro 30, 2006

Ganhar e perder II

Comentario na imprensa portuguesa sobre a reeleiçao de Lula e a diminuiçao dos votos que Geraldo Alckmin teve no segundo turno em relaçao ao primeiro:
"Nao foi uma vitoria de Lula e sim uma derrota de Alckmin"
Quem vai pagar a conta? Temos mais 4 anos para acompanhar. Muitos aqui estao pagando para ver, literalmente, pagando pra votar pois os brasileiros que estao em Portugal tiveram que se locomover das suas cidades até Porto ou Lisboa para votar. Mais que um dever, um direito, sim, a expectativa é nao ficar na desilusao.

Ganhar e perder

Ontem depois que voltei do estadio fiquei pensando sobre o saber perder e o saber ganhar. O Braga, time local, perdeu o jogo contra a equipe do Maritimo por 4 x 1. Quase meia-hora antes do final do jogo um grupo de torcedores do Braga, indignados com a derrota, resolveu sair mais cedo e literalmente destruiram as placas de acesso ao estadio. Se digo pra voces, para quem nao conhece, o estadio é maravilhoso, tudo novinho, bem sinalizado, um luxo. Ir aos jogos aqui, se vai com a familia, com as crianças, e olha que o jogo era à noite. Ai vejo essas pessoas, destruindo um espaço que é de todos, que é deles mesmos. Queria ver eles quebrarem os vidros da propria casa, ou amassarem seus carros. A visao de que o espaço publico nao nos diz respeito é um bom termometro de o quanto um povo tem educaçao e civilidade. Uma lastima realmente. E a midia? Trata de coisas como essa? Do reflexo e da falta de esportividade dos seus braquenses? Nada, nem uma linha! Nao seria também papel dos jornalistas colocaborar para a construçao da cidadania ou para denunciar a ausencia dela quando devido? Exagero, talvez. Mas quando vejo este tipo de açao lamentavel acontecer fica dificil nao me sentir lesada como cidada desta aldeia global.

sexta-feira, outubro 27, 2006

Algemas

Uma poesia
Os grãos de areia
Testemunho do tempo
Remoto passado

O que foi não volta
Olhar pra frente
Depois de viver
Olhando pra trás

Agora procuro saída
Cai a máscara
Respiro sem auxílio
Caminho sem correntes

14/03/2006

quinta-feira, outubro 26, 2006

Bom dia comunidade!

Tenho muita leitura pra fazer que nem sei por onde começar. Sera que toda leitura é eficaz? Acredito que nas licenciaturas, as leituras que os professores nos passam devem ser lidas e relidas todas, esperando que o professor seja bom e os artigos nao sejam defazados. Mas no mestrado vejo um monte de textos para ler, fico ansiosa, e no final das contas, sera que vai interessar para minha tese? Qual tese? Talvez os textos ajudem na familiarizaçao com textos cientificos, modos de colocar as idéias, etc. Mas também pode acontecer o contrario, criar proprio uma aversao ao metodo, aos textos. Bem, nao creio que chegara a esse ponto, entretanto nao sei se ja tenho a maturidade de pesquisa para selecionar o que é bom ou menos para assimilar e estudar.
Estamos ainda no inicio, espero evoluir com o tempo!

quarta-feira, outubro 25, 2006

Quero parar o tempo!

Como quem pára uma ampulheta.
Quero ser dona do meu próprio tempo.
Os minutos me engolem.
Em ciberespaços, em vida paralela.
A matrix é aqui no meu quarto, no meu computador.
Eu pertenço ao Google.
Grupos, mails, comunidades, amigos, vida por um fio.
Por milhoes de fios, fibras, satélites.
Eu nao tenho mais nada.
Mas tenho 3 relógios de pulso, que me acusam.
Um relógio no celular, que me acusa.
Um relógio no computador, que me acusa.
Um relógio na biblioteca, que me acusa.
Desculpa, voce nao tem mais tempo.
A internet sugou, os sites evaporaram a tua existencia.
Eu sou virtual, digital, eterna.
Meu castelo é protegido por milhoes de megabits por segundo.
Eu sou Rapunzel, careca, cercada em uma torre de alta velocidade.
Minhas relaçoes sao digitais.
Meu bate-papo nao é no bar.
Eu vivo de chat, de chatos.
Meu carteiro, meu messenger.
Meu nome é presente, sem futuro, sem passado.
Eu sou agora e nao sou mais.
Por que agora ja passou.
Eu sou passado, aquilo que corre.
Eu fui. Nao sou. Nem serei?
Bit! Bit! Eu brindo o fim da minha existencia real.
"O seu comentario é muito importante, deixe seu post após o ponto, obrigada."
Ponto

Esperando uma companheira de quarto

Desde que cheguei a Braga provo uma sensaçao interessante toda vez que abro a porta do meu quarto. Para contextualizar, vim morar em uma residencia universitaria, um conjunto de blocos que a Universidade do Minho disponibiliza aos alunos com preços muito reduzidos. Os quartos sao muito pequenos, a cozinha e banheiro sao comuns, mas a vantagem economica é grande. Bem, como fiz a solicitaçao do quarto através da internet, ja tinham me comunicado que os quartos seriam duplos. Solicitei entao que pudesse pelo menos dividir com uma colega de mestrado, evitando assim inconvenientes de horarios e ritmos diferentes de trabalho. Pedido aceito. Quando chego porém, a minha idéia era a de encontrar ja uma companheira ali instalada. Mas o que encontro é um "imenso" vazio. Logo de cara, juro que entrei em panico. Como poderemos dividir este estaço em duas??? Tudo bem, vida de estudante é assim. Nos primeiros dias, quando fui regularizar a situaçao financeira, pagar o quarto, etc, informei que estava sozinha no quarto. A senhora do depoartamento consultou sua base de dados e me disse que estava reservado para uma outra "rapariga", e que logo eu teria companhia. Esta expectativa me acompanha ja por quase 3 semanas. Toda vez que coloco a chave na porta penso: mas sera que tem alguem ali dentro? Ou ao contrario, quando estou no quarto e batem a porta, penso: ai meu Deus? Sera que é ela?
Tenho que dizer que a sensaçao é ligeiramente angustiante. Por um lado, um pouco de companhia sempre cai bem, alem do mais se for do mestrado, poder trocar uma idéia e tal. Mas por outro, e se ronca, e se é chata, e se é daquelas que deixa tudo pelo chao, e se for lésbica (nao por discriminaçao mas pelo simples fato que girar nua pelo quarto nao vai rolar né, até por respeito à colega)... e milhoes de outras coisas. Talvez seja tudo um pouco de ansiedade pré-companheira, mas que o negocio tà ficando bizarro, isso tà!!!

segunda-feira, outubro 23, 2006

domingo, outubro 22, 2006

Hoje é o meu aniversario???

Ontem fui assistir uns curtas em um festival que teve aqui em Braga. Uns colegas do mestrado tinham produzido um e me convidaram para ir pra la. Quanto terminou a sessao, meia-noite e tantas, todos começaram a me desejar feliz aniversario.
Mas era como se as felicitaçoes fossem indevidas. Pode parecer estranho, mas eu nao me sinto fazendo aniversario. Com tanta correria para me mudar pra ca, aulas, adptaçao, nao tive tempo de metabolizar e refletir o que o completar de mais um ano de vida significa.
Quando eramos crianças, aniversario durava o ano todo. Pensavamos ja quais seriam os possiveis presentes que pediriamos, e dias antes da festa era aquela agitaçao! Os anos vao passando e querer passar com a familia ja nao é fundamental, queremos é sair com os amigos.
E depois, vira uma data qualquer, o nao comemorar. Nao me sinto triste por isso, simplesmente nao me importa mais. Diriam alguns que por um lado é bom, nao sofre de crise de idade, ou essas coisas de quando se esta envelhecendo. Sei tambem que o fato de passa-lo em branco nao é exclusividade minha.
Ja recebi alguns telefonemas, mensagens, e isso por enquanto basta para me sentir querida, felicitada. O importante é o que deixamos de bom no coraçao dos outros, e a festa? A festa é a realizaçao dentro de cada um de nos!

me




quinta-feira, outubro 19, 2006

Me chama

"Chove lá fora e aqui faz tanto frio
Me dá vontade de saber
Aonde está você me telefona
Me chama me chama me chama
Nem sempre se vê
lágrimas no escuro
Lágrima no escuro, lágrima

Tá tudo cinza sem
você tá tão vazio
E a noite fica sem porque
Aonde está você me telefona
Me chama me chama me chama
Nem sempre se vê mágica no absurdo
Mágica no absurdo, mágica
Cadê você"
Pagine

Nella biblioteca della vita
mi perdo tra gli scaffali
nella ricerca di me stessa.


26/04/2006

quarta-feira, outubro 18, 2006

Os caminhos do "odio"
Outro dia, na aula de mestrado, falavamos sobre aquilo que é diferente e como conviver com as diferenças. Um fenomeno que ocorre na Europa, mas que na América, em particular modo no Brasil onde ja nao surte tanto efeito, as diferenças raciais ainda causam admiraçao, espanto, fobias.
Em relaçao as diferentes raças, a grande imigraçao africana para a Europa é um fator mais recente. O que no Brasil fez parte da colonizaçao, com os escravos, aqui, até meio seculo atras, ainda era novidade, quase uma atraçao circense, poder encontrar um africano na cidade.
Partindo disto, a discussao girou em torno à colonizaçao, imposiçao dos regimes e, os modos como dialogar com a diversidade. De um lado, a tolerancia, tolerar o que é diferente, em um posicionamento de superioridade, de afirmar que a minha posiçao é mais privilegiada, sendo assim, te tolero. E do outro, pela força, pelo dominio e imposiçao daquilo que para mim é a verdade. Neste ultimo caso, a questao religiosa é a de maior relevancia. Eu imponho o que é certo, pela força, e todo o resto nao tem valor, é heresia.
Analisando estes dois pontos, o tolerar e o impor, me pergunto quais seriam os caminhos da paz? Conviver com a diversidade sem que eu tenha que tolerar ou impor o meu ponto de vista, a minha religiao, a minha raça. Que soluçoes existem? Como podemos dialogar sem correr o risco de alimentar as fobias, os guetos, a discriminaçao?
Nos 3 ultimos anos, acompanhando a imprensa italiana, as manchetes policiais dos principais diarios locais contribuiam cada vez mais em alimentar o preconceito, a discriminaçao, a afirmaçao dos estereotipos. "Marroquinos assaltam padaria"; "Albaneses presos por roubo de bicicletas"; "Extra-comunitarios roubam banco", e assim por diante. Em 1922, Walter Lippmann, com seu trabalho, Public Opinion, definiu que o "stereo type", é um modelo demasiadamente simplificado que nos ajuda a dar um sentido ao atual mundo caotico. Os estereotipos, segundo Lippmann, sao a ferramenta que nos "auxiliam" a satisfazer nossas necessidades e a defender nossos preconceitos.
Estas sao questoes que nos fazem refletir em como os média atualmente pouco contribuem para promover processos de aceitaçao social e de desenvolvimento de uma mentalidade de paz, de convivencia saudavel e racional entre os povos. Fica o recado!

terça-feira, outubro 17, 2006

E quando a vida nos da' uma rasteira?
E quando a luz no fim do tunel é um trem e te atropela?
E quando o cha' queima a lingua e nao nos deixa sentir o gosto do bolo de chocolate?
E quando temos tudo o que os outros querem e nao temos aquilo que queremos?
E quando o no' na garganta é tao real que a voz falha?
E quando fazemos perguntas que sabemos nao existem respostas obvias ou faceis?
Por que as fazemos?
Alias, por que fazemos tantas perguntas?
E por que buscamos a felicidade sem saber exatamente o que ela significa?
E o amor?
E o sucesso?
Por que defendemos duramente a nossa vaga no estacionamente e com muito menos intensidade as nossas idéias?
E por que raios escolhemos exatamente o que nao tem mais no menu?
O sapato mais caro?
O relacionamento mais impossivel?
Este é um post sem respostas.