quarta-feira, maio 30, 2007

100 noção

Hoje acordei com as pálpebras pesadas. E o relógio insistia em trazer-me em vida. Vibrava, gritava, e eu indiferente. Houve um momento em que ele arriscou a vida, mas depois, apertada pelo quotidiano, acabei perdoando e levantando. O dia começou assim. Dando vida ao relógio, a vida que em mim pouco sinto. As horas, dias e semanas passam e eu não dou por mim. O tempo tem sido tão curto. A vida tem sido tão pouca. O sono tão fraco. A comida tão abundante. A noção do que fazer com tudo isso tão absurda. E é só o começo!
Boa quarta-feira!

A dor que sinto

A dor que sinto não cala,
é larga, é alta, é rasgada.

A dor que sinto não cheira,
apodrece, arrasa, sem beira.

A dor que sinto não ouve,
aborrece, estremece, magoa.

A dor que sinto é tua,
é arroz, feijão, carne crua.

A dor que sinto já foi,
zarpou, errou, apagou.

quarta-feira, maio 23, 2007

Senado dos EUA derrota tentativa de mudar imigração

O Senado americano conteve nesta terça-feira um ataque à reforma da imigração ao derrotar uma moção dos democratas de estados agrícolas. Além disso, o Senado manteve no projeto da nova lei de imigração uma cláusula que permitirá a entrada de até 600,000 trabalhadores estrangeiros por ano nos Estados Unidos. A votação foi a primeira grande prova para a coalizão bipartidária que fez a redação da nova lei e se esforça para evitar que o acordo precário desmorone. O projeto permitirá que trabalhadores estrangeiros ingressem nos Estados Unidos com vistos temporários de dois anos. Os trabalhadores poderão ficar nos EUA por três períodos consecutivos de dois anos, contanto que deixem os EUA por um ano durante cada período.
O plano tem sido criticado por muitos sindicatos americanos. Eles afirmam que o projeto manterá baixos os salários de trabalhadores pouco qualificados e irá gerar uma classe de trabalhadores estrangeiros vítimas de abusos. Os trabalhos são de jardinaria, em frigoríficos e nas colheitas na agricultura, entre outros serviços braçais.
"É uma fantasia acreditar que esses são trabalhos que os estadunidenses não querem mais fazer," disse o senador democrata Byron Dorgan, que fez a proposta derrotada hoje para eliminar os vistos temporários. "É um fato que a maioria desses postos de trabalho ainda são ocupados por americanos. A razão principal é que as corporações querem reduzir os salários," disse. A reforma da lei de imigração pretende legalizar quase todos os 12 milhões de imigrantes clandestinos que residem hoje nos EUA, a maioria dos quais é de hispano-americanos.
Fonte: JC Online

domingo, maio 20, 2007

bios, téchne e o dente azul


Seremos assim, cheios de chips, memórias satelitáres, com audição supersônica e acessórios biônicos. Triller de filme? Que nada, basta olharmos nas lojas e podemos nos equipar com muitas destas quinquilharias com a desculpa de tornarmos a vida mais fácil. A última que pesquei foi a pulseira bluetooth (blog da Débora) no melhor design Andy Warhol. Para a nova geração iPod que passa o dia inteiro com os fones nos ouvidos e que não percebe o celular tocar (nem mesmo vibrar). Ou para as senhoras que deixam os celulares na bolsinha e não ouvem quando toca. Muitas são as 'aplicações' para a nova pulseira. A empresa fabricante (BQ Wireless) aposta também na personalização do produto (no melhor estilo Apple).

segunda-feira, maio 14, 2007

Ser amada...

Ontem foi noite molhada onde a brisa passava deixando rastros em mim. Eletronicamente pulsava e sentia calada as lágrimas escorrerem sem fim. E foi no beijo da tua ausência e na carícia do teu não estar, que adormeci de mansinho pensando em todo o carinho que de longe tentas me dar. Em sonhos assim de verdade, é que sinto a imensa saudade, dos dias que ao teu lado podia escutar-te calado. Através de olhares companheiros, de sorrisos verdadeiros e da certeza que de traiçoeiro, só mesmo a brisa sem fim, que nas noites molhadas traz lágrimas assim.

quarta-feira, maio 09, 2007

Pedofilia no Second Life

Usuários do site Second Life estão sendo investigados pela polícia da Alemanha, depois que o canal de televisão SWR levou ao ar uma reportagem denunciando a ação de pedófilos no mundo virtual.
A última edição do programa "Report Mainz" exibiu cenas tiradas do site Second Life, em que a imagem computadorizada de uma criança é abordada por um pedófilo em um parque, recebe o equivalente a dois euros e então é levada a um quarto, onde é abusada sexualmente.
A empresa Linden Lab, criadora do Second Life, afirmou que vai colaborar na identificação dos usuários envolvidos no abuso virtual para que possam ser levados à Justiça.
O Second Life (Segunda Vida, em inglês) é um mundo virtual em que os usuários criam figuras (ou avatares) para viver uma vida virtual. Atualmente, o mundo virtual conta com mais de 6 milhões de habitantes, um número que cresce diariamente.
Pedofilia real
A investigação da TV alemã foi conduzida pelo repórter Nick Schader, que tem um personagem no Second Life.
Com os contatos feitos no site, Schader recebeu ofertas de pornografia infantil real. Um usuário chegou a lhe enviar fotos reais de crianças sendo abusadas.
Em outra cena chocante denunciada pelo programa, um grupo de usuários do Second Life assiste a seguidos estupros de uma menina virtual de 13 anos.
Todas as informações obtidas pela reportagem do "Report Mainz" foram entregues à promotoria alemã contra a pedofilia.
O promotor Peter Vogt afirmou que deve identificar e processar os envolvidos.
"Podemos contar com um processo criminal por oferta de pornografia de terceiros, que pode levar a penas de de três meses a cinco anos de prisão", disse Vogt.
Entrevistada para o programa, a empresa responsável pelo site admitiu que já houve "alguns casos" de crimes sexuais nos últimos anos e que usuários foram banidos do site em decorrência.
(Fonte: BBC Brasil)

quinta-feira, maio 03, 2007

Dia Mundial da Liberdade de Imprensa

Top Ten Worst Countries for Journalists and Media Staff 2006
(Fonte: http://www.newssafety.com/)

Números:

  • Mil jornalistas e outros profissionais de imprensa morreram no exercício da profissão, nos últimos 10 anos. É uma média de dois por semana.

  • Apenas um em cada quatro morreram quando cobriam uma guerra ou outro conflito armado. A grande maioria morreu em tempo de paz, no seu país.

  • Pelo menos 657 jornalistas foram mortos quando tentavam iluminar o lado sombrio das respectivas sociedades.

  • Só oito responsáveis destes assassinatos não foram sequer identificados.

  • 2005 (147 mortos) e 2006 (167) foram os anos mais mortíferos da década.

  • Na guerra, 92% dos repórteres mortos eram "unilaterais" (cobriam o acontecimento por sua conta e risco) contra 8% de embedded (incorporados em unidades militares).

  • O continente asiático está em primeiro lugar no número de mortos (25%), seguido das Américas, Médio Oriente, Europa e África.
(Fonte: Jornal Público, 3 de maio, P2, pp.4-5)

quarta-feira, maio 02, 2007

Se correr o bicho pega. Se ficar o bicho... engole!

As amizades fazem muito mal nos dias de hoje, ou melhor, fazem mal ao sistema econômico atual, para ser mais precisa. Precisamos ser performáticos, ágeis, trabalhar olhando para baixo, evitando conversas banais e aumentando a produtividade. Trabalhar rápido, sem pausas, só assim o sistema vai pra frente e a caixa registradora funciona 'liscia'. As pessoas não estão acostumadas a verem as pessoas felizes no trabalho. Hoje, trabalhar bem é trabalhar sério. Sorrir é sinônimo de desleixo, preguiça, ineficiência. Quem vê de fora não sabe o quanto é suado estar atrás daquele balcão de café, não faz a mínima idéia. Sorrir? Querem é ser atendidos o mais rápido possível, como se servissemos croissants com a boca. As mãos trabalham, os pés então, nem falo. Querem agora colocar nossos rostos a trabalhar. Amizades no trabalho? Conversas entre uma torrada e um café? Não!!! Elas trabalhavam juntas há mais de 20 anos. Não!!! Mudança de turnos, não é permitido. A performance nos engole, de uma vez só. Mas o inimigo não está somente do outro lado do balcão, está também dentro daqueles que já foram engolidos, mastigados e cuspidos sem pele, sem coração, sem sorriso. E de quem é a culpa? Nossa por não protestarmos? Mas e quando o emprego está em jogo? Quem é que tem coragem de enfrentar o tiroteio? Não é uma situação fácil, mas talvez a solução esteja na mão daqueles que tem menos a perder... talvez!