sábado, dezembro 15, 2007

Escrita + que C R I A T I V A!!!



by Paula Mendes, Nuno Passos, Luís Loureiro, Manuel Neto, Isabel Reis, Maíra Ribeiro, Rui Rodrigues, Carla Cerqueira e Fernando Giestas.

sexta-feira, dezembro 14, 2007

Algumas lições-frases de hoje...


O quê damos ou invisível? Nada! "Queria tanto... Tem que dar certo..."
Rezar é acreditar neste invisível e ser verdadeiro com ele.
Menos representação e mais teatro!
Quando as pessoas vêm para o teatro para fazer mentira fica tudo mais difícil.
Teatro não é representar, é buscar a verdade do corpo.
Nosso corpo fala, a gente é que não sabe ouvir.
O que interessa é não ter sentido nenhum.
Queira levantar, coloque toda a sua energia em levantar, porém, para não levantar!
Não pense! Não pense! Não pense! Reaje!!!
O teu corpo quer fazer alguma coisa... deixe!!!
Respire! Respire! Respire!

quarta-feira, dezembro 05, 2007

Ontem à noite


Ainda ontem procurei aquele toque.
Embaixo das cobertas quentes,
procurei saber se ainda estavas,
com a ajuda das almofadas.
Então respirei fundo,
tentando entrar em outro mundo.
Deslizando no algodão
do colchão,
até tocar o fundo do estrado,
ou seria da estrada,
pois lá não estavas.
Voltei ao travesseiro,
esperando um conselho,
para adormecer sem receio.
Foi quando percebi que o que tinha,
era a tua fotografia, ao lado, sozinha,
a me fazer companhia.

segunda-feira, dezembro 03, 2007

coração (en)fartado



eles brincam lá fora
enquanto em mim, a mente viaja
turbilhão de sentimentos
angústia no peito

meu ontem é passado distante
e meu coração de tão cheio, (en)fartou-se

não sei, eles sabem
talvez desconheçam
que na minha mente há muitas de mim
onde cada uma delas têm personalidade

fico dividida
una-multiplicada
cheia de vontades,
angústias e saudades

repleta desta verdade cansada
que eles não vêem
porque, para eles, a vida é um jardim
cheio de capim e flores de jasmim

segunda-feira, novembro 26, 2007

Estréia dia 8 de dezembro...


... "As desventuras do Sr. Vampiricus"
Teatro Municipal Galécia - Braga
A partir das 15h



"Com os olhos do coração".

Tudo na vida é possível quando aprendemos a aceitar os outros pelo que trazem dentro.

SINOPSE

“AS DESVENTURAS DO SR. VAMPIRICUS”

O amor que transforma…um nobre Vampiro decadente. Seu servo Sadicus, que em pagamento pelas dívidas em atraso, leva a maior herança de família de seu patrão, o próprio caixão. César Vampiricus, que já não se alimenta há muito tempo, já não tem roupas decentes, e também não tem onde dormir. Mas é no desespero que o amor vem transformar a sua vida. Bondadis Supremus e Vegetania Integralis, dois irmãos que se amam muito, conseguem encher de alegria a vida do, agora, ex-Vampiro.

Espectáculo:

“As desventuras do Sr. Vampiricus”

(texto adaptado – Programa Bambalalão – TV Cultura)

Público:

Infanto-juvenil

Duração:

+/- 20 Minutos

Elenco:

Maíra Ribeiro – César Vampiricus

Luís Filipe Araújo – Sadicus

Paula Eduarda Guimarães – Bondadis Supremus

Cláudia Almeida – Vegetania Integralis

Adaptação e Encenação:

Sandra Maria Mahfuz

Produção:

Tin.Bra – Grupo de Teatro Infantil de Braga


sexta-feira, novembro 16, 2007

A verdade é que...


Definitivamente sou uma pessoa acomodada. Não luto por nada e ainda espero que as coisas caiam na minha frente de mão beijada. Minha amiga Bettina, depois de um mês na Alemanha, já trabalha para a DW. Isso é fabuloso! A verdade é que a minha auto-estima, ou o álibi da auto-estima, me impede de ir além disso. Não me considero suficientemente madura para encarar o jornalismo, não tenho experiência, sou burra mesmo! Tenho imensa dificuldade em escrever sobre coisas sérias, apesar de discuti-las muito bem. Sou e sempre serei mediocre, a verdade é essa. Se a coisa não exige muito sacrificio mental, como escrever neste blog, por exemplo, aí faço com todo o gosto. Mas se o negócio começa a pegar mais fundo! Que drama! Aliás, dúvido que conseguirei concretizar esta tese. O pior é que estou pagando pra ver! Tempo...

quinta-feira, novembro 15, 2007

Reproduzo abaixo o apelo


ATENÇÃO !!! DIVULGUEM ...
Uma bela biblioteca digital, desenvolvida em software livre está prestes a
ser desativada por falta de acessos.
Imaginem um lugar onde você pode
gratuitamente:
Ver as grandes pinturas de Leonardo Da Vinci ;
Escutar músicas em MP3 de alta qualidade;
Ler obras de Machado de Assis ou a Divina Comédia;
Ter acesso às melhores historinhas infantis e vídeos DA TV ESCOLA e
muito mais...

Esse lugar existe!

O Ministério da Educação disponibiliza tudo isso no site: www.dominiopublico.gov.br
Só de literatura portuguesa
são 732 obras!
Estamos em vias de perder tudo isso, pois vão desativar o
projeto por desuso, já que o número de acesso é muito pequeno.
Vamos tentar reverter esta situação, divulgando e incentivando amigos,
parentes e conhecidos, a utilizarem essa fantástica ferramenta de disseminação
da cultura e do gosto pela leitura.

Divulgue para o máximo de pessoas!

quarta-feira, novembro 14, 2007

auto-estima II


Levada a conhecer pela minha amiga Mariana, e compartilhando do mesmo problema, resolvi entrar no site e fazer também o meu teste de auto-estima. Adivinha? Mesmo resultado. Reproduzo o texto abaixo.

You have scored 48.
Many people think you are confident and in charge of your life. You're not so sure! It may be that you had a difficult upbringing with parents who were too demanding of you. Or perhaps you have Always felt that you're not as bright as other people think you are. Or maybe you feel unlovable.
If you're in a relationship, it's likely that you'll Often feel anxious about it. Sometimes you may worry that you'll 'muck things up'. You may also have serious concerns that your partner will 'find you out' and decide you're not worth loving.
[...] if you do a bit of work on improving your self-esteem, you'll find that you have fewer worries and that life runs more smoothly.



terça-feira, novembro 13, 2007

Atualizações

Quanto tempo sem escrever... a vida voa mesmo! Precisamos viver intensamente cada dia.
Estou de volta... Londres foi maravilhoso!!! Vi desde a familia real até a Angelina Jolie e Brad Pitt! Foi o máximo, o curso foi ótimo, fiz amigos de todo o mundo (Bélgica, Estônia, Grécia, Rep. Checa, Escócia, Irlanda, Hungria, Inglaterra, Lituânia, Itália, Finlândia...)!
E revi alguns velhos e bons amigos, Raupp e Robert e a Mariana!
- x -
Já não vou sozinha para a Holanda!!!!!!! Estou tão feliz!

quarta-feira, outubro 31, 2007

novidades e "velhidades"


Estou exausta! Falei umas coisas que não devia, pelo menos não como deveria.
Me senti um lixo. E em troca, recebi amor, carinho, compreensão.
Tenho uma formação durante todo o final de semana. Depois, na semana que vem, tenho toda a semana no Reino Unido, com outra formação. Aí me dei conta: quando vou arrumar minha mala? Quando vou conseguir dormir? E estudar? E deixar em dia as coisas do mestrado? E as coisas da associação? Final do ano já tenho viagem marcada para Holanda, a princípio vou sozinha. Estou meio triste e meio alegre. Triste porque a pessoa que queria comigo não poderá ir. Triste porque não vou apoiá-la quando mais precisaria. Alegre porque vou rever amigos que há mais de ano não vejo, vou conhecer outro país, outra cultura.

***

Novidades: compramos um carro, eu e a mãe. Ela pagou e nós usamos :) Melhor impossível! Assim que der coloco uma foto da caranga aqui.

segunda-feira, outubro 29, 2007

???

O serviço vai decorrer de 10 de Novembro a 24 de Dezembro havendo diversos horários disponiveis.
PAI NATAL:
- Todos os dias úteis, das 16h às 22h
- Sábados, Domingos e Feriados, das 12h às 18h
- Sábados, Domingos e Feriados, das 18h às 22h
DUENDES:
- Sábados, Domingos e Feriados, das 12h às 18h
- Sábados, Domingos e Feriados, das 18h às 22h
Agradecemos o envio de CV's.

quinta-feira, outubro 25, 2007

Na sala de depilação II...


- Tá ficando um espetáculo menina!
- Espero que sim, porque o sacrifício é grande.
- Que nada, a dor tá na cabeça da gente...
- Aham
- Tem que pensar que não dói...
- Aham
- E quando vê já foi...
- aaaaaaaaaaaaaa
- Viu?
- Não vi nada, mas senti que a minha pele saiu grudada aí na espátula!!!!

quarta-feira, outubro 17, 2007

Na sala de depilação...

... entre um grito e um puxão:
- Na outra encarnação eu quero vir homem para não ter que sofrer mais com isso!
- Ai minha filha, eu sempre digo para as minhas clientes que Deus me livre voltar homem, eu quero é voltar mulher mesmo!
- E por que? Eles não tem que depilar, não mestruam, mijam em pé e podem comer todas sem ter fama de "galinha".
- Deus me livre! Já pensou voltar e ser uma bicha pobre!
- Como assim?
- Voltar e ser uma bichinha assim sabe, e pobre ainda por cima, tenho uma pena delas. E quando ficam velhas... ai filha, a coisa mais triste do mundo é isso. O problema não é nem ser bicha, mas bicha pobre não dá não.

quarta-feira, outubro 10, 2007

aparências


Enquanto ela varria a calçada coberta de folhas de outono, sentia que a minha presença era nitidamente marcante para a senhora. Um pouco franzina, curvada pelos anos, poucos dentes sempre à mostra por um meio-sorriso confidente.
- Bom dia, menina!
E eu respondi:
- Bom dia para a senhora também!
- É brasileira, a menina?
- Sou, sim.
Gostaria de dizer outra coisa, só para variar, mas o sotaque não engana.
- Tenho muitos conhecidos no Brasil, mas nunca lá fui. Se eu ganhasse no Euro Milhões haveria de girar este mundo todo...
Enquanto ela externava seus sonhos milionários, eu olhava para o relógio somente para confirmar o que já sabia, o ônibus da universidade estava atrasado de novo.
- E a menina está há muito tempo em Portugal?
A pergunta trouxe-me de volta para a parada de ônibus.
- Já estou aqui faz um ano.
Respondi um "bocado" contrariada. Era cedo, não costumo trocar mais do que meia dúzia de ruídos pela manhã.
- E veio estudar, é?
- Sim, estou fazendo mestrado.
- Tenho um filho que é engenheiro, e o outro está fazendo medicina. A minha menina é fisioterapeuta...
E a lista de filhos continuava, todos com profissões consideradas de alto estatuto. Comecei a pensar o quanto era curioso como uma senhora tão simples, que varria as ruas, tivesse uma família assim, com um grau de escolaridade elevado. De repente, como se tivesse levado um choque cerebral, passei a recriminar este meu pensamento, que cabeça mais cheia de estereótipos!, pensei. Por que a mulher não poderia ter criado os filhos assim? Percebi que este tipo de concepção social é tão profunda no nosso pensamento que dificilmente conseguimos nos livrar dela.
- Tenha um bom dia!
Desejei do fundo do coração. Uma bela lição de vida.
Subi, passei meu cartão na máquina, dei bom dia ao motorista e pensei... será que o motorista do ônibus tem um filho astronauta?

data especial


este é o post 99 em 10/10/2007 no blog português
o último post 99 do blog italiano foi em 10/10/2006
essas coincidências loucas da vida (internética)
o anterior porém tinha 3 anos de vida, este apenas 1
quando comentei o fato com minha mãe ela perguntou:
- quer dizer que você escreveu mais aqui do que na Itália? por que?
eu respondi que sim, e atribui ao fato de estar sozinha, provar muitas sensações
acho que é isso, o sofrimento, a saudade e a distância são molas mais potentes para externar sentimentos
desejo ao meu blog mais posts em menos anos
obrigada pela companhia
beijos

terça-feira, outubro 09, 2007

ausência


quando eu vou, já fui, e me perco.
se te procuro, já estás, enlouqueço.
quando fui?
quando chegaste, se não vejo?
meu desespero é a procura,
minha loucura,
teu beijo.

sábado, setembro 29, 2007

velhas memórias


o processo de envelhecimento é decisamente difícil de aceitar. não estou a falar somente do nosso envelhecimento, mas os dos outros. vivemos em uma sociedade performática, acelerada e, principalmente, de pouca memória. mas essa mesma memória é também rígida e, por vezes, seletiva. temos dificuldade de abandonar a imagem que tínhamos dos nossos pais quando estes eram grandes, auto-suficientes, super-heróis. conseguir ver a fragilidade que pode trazer o efeito dos anos é um exercício mental muito grande. um simples episódio como retirar dinheiro no caixa automático, pode ser revelador. hoje é um dia chuvoso aqui em Braga, e realmente não sinto a menor vontade de sair de casa. sendo assim, dei meu cartão do banco à minha mãe para que ela pudesse retirar dinheiro e comprar algumas coisas para casa. menos de 5 minutos depois ela retorna à casa dizendo que o mercado estava fechado e, por isso, não teve necessidade em levantar o dinheiro. natural, não? se não fosse pelo ar constrangido do seu rosto. passadas algumas horas, perguntei se ela não queria descer para comprar as tais coisas. ela insistiu para que eu fosse junto. chovia, eu de pijamas, na minha individualidade e egoísmo, falei: mas mãe, é aqui embaixo! vai lá! foi quando ela disse: eu não falei a verdade, na realidade não consegui retirar foi o dinheiro. fiquei um momento incrédula, como é possível! tinha dito exatamente, passo-a-passo, o que era para fazer. ela ali, me dizendo que havia tentado duas vezes e nada, a tela não mudava. impossível! dizia. acabei descendo, ainda transtornada. como pode, minha mãe, que sempre fez tudo sozinha, não conseguir sacar dinheiro, ainda se estivesse escrito em japonês! descemos. entreguei o cartão à ela. tentou 3 posições diferentes antes de acertar. apareceu a tela, como havia dito, para colocar a senha: e ela... e ela... começou a apertar no vidro e satisfeita disse: não falei! agora não sai daqui! mãeeeeee, please, tá vendo este teclado aqui! aperta os números ali!!!!

quinta-feira, setembro 27, 2007

reflexos do sol



a noite, com os pés frios, navego solitária em pensamentos de outrora. às vezes quero acreditar que nada foi real, que as lembranças que tenho são de um um sonho ruim. hoje sou as escolhas que fiz, hoje estou no lugar que escolhi, somente eu. tenho um caminho a percorrer que muitas vezes é cheio de neblina. quero a vida fácil, mas quem não quer. tenho poucos, mas bons amigos. tenho minha família por perto que me apóia e me suporta. tenho me afogado na comida e vejo que posso pegar uma estrada difícil de voltar atrás para o meu corpo e para minha saúde. cometo excessos e não cuido de mim. me amo pouco. baixa auto-estima. sou consciente, porém vejo somente o que quero ver. mas lembro de coisas que magoam muito, que fazem sofrer. olho para o meu futuro e vejo aquela pessoa ali, entretanto, na sombra de um passado que não consigo às vezes estancar. as lágrima me acompanham quase sempre. mas tem dias, como os de hoje, que caminho sob o sol com passos firmes, ouvindo Laura Pausini e, a cada canção, identifico um pedaço da minha vida e de pessoas que passaram por ela. estou amadurecendo, envelhecendo, passando... e vivendo!

segunda-feira, setembro 17, 2007

Recomendação de Leitura

Como estou em um período de pouco tempo para mim e para o blog, deixo-vos com uma citação do livro que estou tentando ler no momento: "Bem-vindo ao deserto do Real!" do filósofo esloveno Slavoj Žižek.

E se somente estivermos realmente vivos se nos comprometermos com uma intensidade excessiva que nos coloca além de uma "vida nua"? E se, ao nos concentrarmos na simples sobrevivência, mesmo quando é qualificada como "uma boa vida", o que realmente perdemos na vida foi a própria vida?

Bom início de semana!

domingo, setembro 09, 2007

Fechando ciclos


Estes dias tem sido para dar adeus aos amigos que voltam para casa depois de um ano de convívio aqui em Braga. É um sentimento estranho. Pessoas que você convive tão pouco mas que acabam marcando um momento importante da sua vida. Elas acabam fazendo parte deste todo, deste momento tão intenso. Cada um volta para sua casa, para o seu trabalho, para o seu velho ritmo. É nestas horas que eu mais me pergunto: e eu? para onde volto? o que foi que deixei para trás? A respota é imediata: nada! Bom ou ruim, a verdade é que aprendi a fechar meus ciclos a médio prazo, faço projetos curtos, vivo como no AA, um dia de cada vez. O lado positivo da liberdade de ir e vir, o lado negativo de uma vida sem raízes. Não quero chegar a fazer conclusões precipitadas do que é melhor, mas a verdade é que não deu para segurar as lágrimas pela partida deles e por tudo aquilo que já vivi e conclui. Saudades daquelas grandes.

terça-feira, setembro 04, 2007

lendro & leonardo



1- preciso de ar fresco

2- preciso de dinheiro

3- preciso de uma mente brilhante

4- preciso de alguém ao lado

5- preciso terminar meu pp

6- preciso de um emprego

7- preciso de uma soneca

8- preciso parar de precisar

9- preciso aprender a enxergar

domingo, setembro 02, 2007

eu sou aquela que foi...

sem saber bem a estrada, com a cara e a coragem, com lágrimas, com dor, sem piedade. aquela que nunca conseguiu calar o bater de um coração aflito, cheio de dúvidas, cheio de lacunas. sou aquela que deixa este rastro de sofrimento, de marcas, de arrependimentos. sou aquela que carregava sonhos coloridos, mas que optou pela estrada em preto e branco. sou aquela que ninguém consegue explicar, aquela que tem sempre algo para falar, mas que quando a resposta é calar consegue dar ouvido somente ao próprio devaneio. sou aquela que chora sem cessar, sou uma qualquer. sim, fui... mas onde vou parar?

segunda-feira, agosto 27, 2007

hoje pela manhã


a capacidade de abstração é um mistério da mente humana que ainda tenho que aceitar. sabe aquelas coisas que todo mundo fala pra você fazer, que você fala para os outros fazerem, mas quando tem que fazer é um mistério... filosofia de bar. a verdade é que enquanto eu conseguir fechar os olhos com a cabeça em um travesseiro macio, enquanto o sono não abandonar meu corpo, vou poder acreditar ainda que o impossível é somente um adjetivo que meu cerébro inventou para a falta de motivação que muitas coisas adquiriram.

sábado, agosto 25, 2007

sexta à tarde


é no sono que me escondo desta mente que não sabe o caminho. é na cama que encontro o parar da corrente dos pensamentos onde nunca ganho. estradas escuras, coração aflito, futuro sem a menor idéia do que está por vir. todos passam por isso, todos sofrem desta incerteza, desta angústia. a minha não é exclusiva, eu sei. mas o que sinto ocupa meu ser, meu modo de viver, minha relação com o outro. o pessimismo e a tristeza que trago comigo são intransponíveis. choro, me desespero, busco ajuda. a voz dentro de mim não quer calar, ela toma partido. e a cada dia é uma luta constante para não deixar a mente que em mim faz tudo escuro tome conta do que em mim quer viver e lutar. às vezes falta a força, mas na maioria delas a vontade. busco uma perfeição utópica, pretendo sempre demais. meu eterno estado de insatisfação que pesa ainda mais o conflito que trago dentro. tenho saúde, tenho amigos, tenho um homem compreensivo e amável ao meu lado, tenho uma família aos pedaços, porém, sempre família. o que mais estou buscando? porque sinto sempre este vazio? morrer não é a solução. viver, porém, parece não ser assim tão encantador. para onde estou caminhando? aonde quero chegar com tudo isso?

sexta-feira, agosto 17, 2007

te/me


sei lì dove non ti guardo
sei nel profondo dell’anima
un cuore che batte pieno di me
ed io che mi lascio piena di te
negli accordi
nella sveglia
nel mattino buio o di sera
nell'arrivo
o partenza
quella che sono, in parte, in mensa
a te sazio, a te sasso
nuda di pelle, nuda di vuoti
nuda per te, in me
e così piena di se
lei addormentata
fai piano o scappa
ama questa che non pensa
questa che è immensa
piena di te, in me

pares

estou
não sou

vivo
não privo

faço
não relaxo

choro
não ignoro

sofro
não pouco

amo
e basta!

sexta-feira, agosto 10, 2007

A vida imita a arte!

Hello people! Essa dai sou eu simpsonizada. Dica da Lu, que passou pra Ix .... e assim por diante (acho eu :P). Quem quiser provar basta visitar o site. Beijos

segunda-feira, julho 30, 2007

homenagem II

mais do que a palavra
amizade
rara escolha de almas
intenso e verdadeiro
assim como um vento
noturno
absoluto, lento

luzes que iluminam dias cinzas
uma, duas, três, quatro... da madrugada
criaturas, mullheres
inesquecíveis na minha mente
antes tão presentes
no meu dia-a-dia, hoje, porém
ausentes, geograficamente

instantes mágicos
sorrisos, crepes e lágrimas
massas, tequila e gargalhadas
esses nossos encontros
na minha ou nas vossas casas
iamos juntas ou separadas
ainda se uma faltava

mas o que ficou comigo
ainda que em
imagens virtuais
restarão bem guardadas
a espera de uma mesma estrada

terça-feira, julho 24, 2007

Homenagem

Gostaria de agradecer minhas amigas Luciana, Ismênia e Mariana por sempre comentarem aqui no blog. Poucos e com qualidade, isto é que importa.
Ontem estava muito triste. Pensei: "poxa, será que o que escrevo é assim tão mal que as pessoas passam e nem dizem nada".
Depois parei e reparei que para muitos, a vida perdeu a poesia.
São coisas que as pessoas não ligam mais, não tem tempo para isto.
Fico feliz em ter tempo para escrever em modo mais poético.
Sou uma pessoa muito estressada, dramática, preocupada, pessimista. A minha válvula de escape é isto aqui. Preciso escrever o que escrevo aqui para aliviar as pressões.
Estranho, alguns diriam, como uma pessoa que se dedica tanto às poesias pode ser assim tão "down".
Saibam que isto aqui é um grande remédio para a alma.
Obrigada a quem passa e perde aqueles minutinhos para ler e comentar.
Faz bem ao coração quando estamos longe.
Beijo ;)

segunda-feira, julho 23, 2007

fim

Me escondo atrás delas

E consigo dizer o que minto

Com elas acho um recinto

Sem cobranças, sem atrito

E vou deitando máscaras

Em cada linha que sinto

Vivendo das migalhas

Dentro de um labirinto

Busco nelas saída

Arrependida e perdida

Nelas tenho alívio

Sou livre, admito

Mas a obra não fica completa

Pois sei que na espera

Não lês com olhar antigo

Ou se estas palavras navegam

Nos portos tanto distintos

Mas se vês o que minha alma esconde

Não tenhas medo do onde

Pergunta que eu não finjo

Se percebes onde elas dobram

Se enxergas onde moram

Responde o meu grito

Perdoa no íntimo

Ama o que é extinto

domingo, julho 22, 2007

cores

era cinza quem vi chorar
vulto de alma sozinha
de um coração a parar
das desilusões que mantinha

acorda homem em neblina
que envolve e desatina
levanta e olha para cima
para a vida que existe ainda

busca no verde dos meus
o que em nuvens desapareceu
vê o que em mim nasceu
para doar colorido aos teus

sexta-feira, julho 20, 2007

Sexta à noite...


amizade

basta um olhar
não precisa falar
eu penso em gritar
e você chega devagar

outro dia no bar
tentei me lembrar
do primeiro olhar
do tentar conversar

foi como um despertar
com o salgado do mar
sob um céu tão solar
sobre a areia milenar

a vida a acordar
a solidão a acabar
o passado a apagar
e o futuro a planejar

e quando vou me conectar
já te encontro no ar
tentando me ajudar
para a saudade passar

quinta-feira, julho 19, 2007

Gosto de escrever

gosto de escrever assim
desenhando pedaços de mim
sem olhar para o fim
sem perguntar porque vim

gosto de escrever porém
para entender além
para encontrar alguém
para desabafar também

gosto de escrever da vida
de chegada e de partida
de quando arrependida
e não vejo saída

gosto de escrever solta
sem grades e sem roupa
quase como uma louca
a procura de outra

quarta-feira, julho 18, 2007

ida

saudade sentida
cabeça perdida
perna adormecida
pupila ardida
unha mordida
bunda caída
alma moída
criação falida
balança partida
emoção esquecida

segunda-feira, julho 16, 2007

maresia

a um passo de casa no peito
com o pé salgado, desfeito
molhava meu pensamento
com a areia, com a maresia, com o vento
eu estava tão perto
minha mente tão longe
no passado via fonte
do horizonte distante
que escondia teu rosto
buscava o vulto de antes
meus fantasmas ondulantes
tento distância
mas é na ignorância
que o peito adormece
que as palavras calam
que os olhos molham
é na angústia da certeza
daquela certeza gritada
aclamada, desejada, professada
daquela abandonada em noites de pouco vento
é ela que ora me agarra, que ora me deixa
onde vou levando minha horas
nesta gangorra sem normas
na vida granulada
no salgado da boca
da pele que gruda
do sol que esfria
da maré que arrepia
da casa vazia

terça-feira, julho 10, 2007

[des]encontros

você grita, eu não escuto
eu canto, você mudo

você chega, eu parto
eu no banheiro, você no quarto

você sorri, eu choro
eu pinto aquarela, você, óleo

você fantasia, eu solidão
eu como arroz, você macarrão

você diz futuro
eu vejo escuro
você diz paciência
eu, demência
você quer balanço
eu, descanso
você finge não ver
eu prefiro esquecer
você medita
eu aflita

do que você pensou
do que em mim ficou
do que você não quer ver
do que em mim morrer
do que de nós partiu
do que de nós sumiu
do que de nós,

infinitamente,

um dia

existiu.
Se reparar bem... de vez em quando eu passo!
Beijos (still working....)

sábado, junho 30, 2007

Working...

... pessoal, vou ficar ausente por um período.
mas não me abandonem, ao invés de deixar post mandem mail.
adoro receber o vosso carinho e lembrança.
os trabalhos acadêmicos vão me absorver e de alguma coisa tenho que abrir mão.
beijo enorme :)

quinta-feira, junho 28, 2007

agora é tempo de renovar

o dia amanheceu comigo
junto, cinza, arrependido

as palavras foram poucas
os sorrisos foram ternos
as lágrimas mais serenas
a despedida pequena

foi uma noite intrigante
de luz inebriante

com pálpebras pingadas
cobertor e almofada
a cabeça mais parada

e no coração?
carinho
amor
amizade
admiração

partimos um dia
para portos de maresia

onde a certeza é a partida
onde a esperança traz alegria
e onde a vida que eu via
hoje, viveria

terça-feira, junho 26, 2007

a morte é lenta
o leito não aguenta
arrasa, engole, espaventa

é de hemorragia che morro
dos cortes que tenho no rosto
transbordo este sangue salgado
transparente e quente

como faço para fechar estas feridas?
para dormir sem fadiga
para recuperar a medida
da vida

segunda-feira, junho 25, 2007

Qual nome hei de dar ao aperto que me faz chorar?
Saudade?
Vazio?
Solidão?
Tristeza?
Ou simplesmente vontade de transbordar por ser muito pequena?

Menor de mim, em mim, o peito aperta.
E espreme isso, estas lágrimas emancipadas.
Adotadas.
Estas lágrimas ultrapassadas.

Cresço, olho pra frente.
Caio, olho pro lado.

E os olhos que antes velavam, hoje, velejam.
E as lágrimas antes guardadas, hoje, revelam...
... o que em mim ficou
o que em mim passou
o que em mim morreu.

E neste peito apertado,
sinto-me sumir, partir, perder
sem entender
que às vezes
é melhor esquecer.

sexta-feira, junho 22, 2007

Confesso

...tenho fugido.
não posso negar.
vou dormir, vou ver tv, vou comer.
tenho fugido sim.
de mim, dos compromissos, dos prazos, dos amigos, do blog!
mas acho também que é preciso dar tempo ao tempo.
talvez estes dias eu não consiga mesmo.
talvez a cabeça esteja cheia de outras coisas.
a verdade é que quanto mais o tempo passa, só aumenta a preocupação.
o que estou fazendo? para quê? para quem?
mais uma coisa empurrada com a barriga?
sei lá.
vamos andando até ali a frente para ver onde chega.
depois falo mais alguma coisa.
desta vez... algo que preste!

domingo, junho 10, 2007

sábado, junho 09, 2007

Nesta noite é assim

Fora: toca a Aura.
Dentro: toca o vento.
No mundo: toca o bumbo.
Na mente: insônia latente.
Nos olhos: visão presente.
No corpo: tudo dormente.
Aqui, por um fio, por dezenas de teclas, viajo sozinha, penso no tempo que multiplica-se em madrugadas iluminadas. Penso na cama vazia, na cabeça cheia, no coração acelerado, na espera angustiada.
Olho para o passado em pixel, frantumado, acabado, tal vezes não resolvido. Para mim, para as minhas expectativas alpinas. Alcançar além das vistas, chegar onde nada existe ainda.
E corro atrás da meta brincalhona. Vamos neste esconde-esconde arrepiante e cheio de lacerações na alma. Feridas de experiência. Dores de ausência de afeto, de ausência de sono, de ausência de calor na cama, de chama que teima em não apagar, noites cheias de lágrimas, de dúvidas, de escuro.
Noites de amanhacer acompanhado, de sol que nasce velho.

quarta-feira, maio 30, 2007

100 noção

Hoje acordei com as pálpebras pesadas. E o relógio insistia em trazer-me em vida. Vibrava, gritava, e eu indiferente. Houve um momento em que ele arriscou a vida, mas depois, apertada pelo quotidiano, acabei perdoando e levantando. O dia começou assim. Dando vida ao relógio, a vida que em mim pouco sinto. As horas, dias e semanas passam e eu não dou por mim. O tempo tem sido tão curto. A vida tem sido tão pouca. O sono tão fraco. A comida tão abundante. A noção do que fazer com tudo isso tão absurda. E é só o começo!
Boa quarta-feira!

A dor que sinto

A dor que sinto não cala,
é larga, é alta, é rasgada.

A dor que sinto não cheira,
apodrece, arrasa, sem beira.

A dor que sinto não ouve,
aborrece, estremece, magoa.

A dor que sinto é tua,
é arroz, feijão, carne crua.

A dor que sinto já foi,
zarpou, errou, apagou.

quarta-feira, maio 23, 2007

Senado dos EUA derrota tentativa de mudar imigração

O Senado americano conteve nesta terça-feira um ataque à reforma da imigração ao derrotar uma moção dos democratas de estados agrícolas. Além disso, o Senado manteve no projeto da nova lei de imigração uma cláusula que permitirá a entrada de até 600,000 trabalhadores estrangeiros por ano nos Estados Unidos. A votação foi a primeira grande prova para a coalizão bipartidária que fez a redação da nova lei e se esforça para evitar que o acordo precário desmorone. O projeto permitirá que trabalhadores estrangeiros ingressem nos Estados Unidos com vistos temporários de dois anos. Os trabalhadores poderão ficar nos EUA por três períodos consecutivos de dois anos, contanto que deixem os EUA por um ano durante cada período.
O plano tem sido criticado por muitos sindicatos americanos. Eles afirmam que o projeto manterá baixos os salários de trabalhadores pouco qualificados e irá gerar uma classe de trabalhadores estrangeiros vítimas de abusos. Os trabalhos são de jardinaria, em frigoríficos e nas colheitas na agricultura, entre outros serviços braçais.
"É uma fantasia acreditar que esses são trabalhos que os estadunidenses não querem mais fazer," disse o senador democrata Byron Dorgan, que fez a proposta derrotada hoje para eliminar os vistos temporários. "É um fato que a maioria desses postos de trabalho ainda são ocupados por americanos. A razão principal é que as corporações querem reduzir os salários," disse. A reforma da lei de imigração pretende legalizar quase todos os 12 milhões de imigrantes clandestinos que residem hoje nos EUA, a maioria dos quais é de hispano-americanos.
Fonte: JC Online

domingo, maio 20, 2007

bios, téchne e o dente azul


Seremos assim, cheios de chips, memórias satelitáres, com audição supersônica e acessórios biônicos. Triller de filme? Que nada, basta olharmos nas lojas e podemos nos equipar com muitas destas quinquilharias com a desculpa de tornarmos a vida mais fácil. A última que pesquei foi a pulseira bluetooth (blog da Débora) no melhor design Andy Warhol. Para a nova geração iPod que passa o dia inteiro com os fones nos ouvidos e que não percebe o celular tocar (nem mesmo vibrar). Ou para as senhoras que deixam os celulares na bolsinha e não ouvem quando toca. Muitas são as 'aplicações' para a nova pulseira. A empresa fabricante (BQ Wireless) aposta também na personalização do produto (no melhor estilo Apple).

segunda-feira, maio 14, 2007

Ser amada...

Ontem foi noite molhada onde a brisa passava deixando rastros em mim. Eletronicamente pulsava e sentia calada as lágrimas escorrerem sem fim. E foi no beijo da tua ausência e na carícia do teu não estar, que adormeci de mansinho pensando em todo o carinho que de longe tentas me dar. Em sonhos assim de verdade, é que sinto a imensa saudade, dos dias que ao teu lado podia escutar-te calado. Através de olhares companheiros, de sorrisos verdadeiros e da certeza que de traiçoeiro, só mesmo a brisa sem fim, que nas noites molhadas traz lágrimas assim.

quarta-feira, maio 09, 2007

Pedofilia no Second Life

Usuários do site Second Life estão sendo investigados pela polícia da Alemanha, depois que o canal de televisão SWR levou ao ar uma reportagem denunciando a ação de pedófilos no mundo virtual.
A última edição do programa "Report Mainz" exibiu cenas tiradas do site Second Life, em que a imagem computadorizada de uma criança é abordada por um pedófilo em um parque, recebe o equivalente a dois euros e então é levada a um quarto, onde é abusada sexualmente.
A empresa Linden Lab, criadora do Second Life, afirmou que vai colaborar na identificação dos usuários envolvidos no abuso virtual para que possam ser levados à Justiça.
O Second Life (Segunda Vida, em inglês) é um mundo virtual em que os usuários criam figuras (ou avatares) para viver uma vida virtual. Atualmente, o mundo virtual conta com mais de 6 milhões de habitantes, um número que cresce diariamente.
Pedofilia real
A investigação da TV alemã foi conduzida pelo repórter Nick Schader, que tem um personagem no Second Life.
Com os contatos feitos no site, Schader recebeu ofertas de pornografia infantil real. Um usuário chegou a lhe enviar fotos reais de crianças sendo abusadas.
Em outra cena chocante denunciada pelo programa, um grupo de usuários do Second Life assiste a seguidos estupros de uma menina virtual de 13 anos.
Todas as informações obtidas pela reportagem do "Report Mainz" foram entregues à promotoria alemã contra a pedofilia.
O promotor Peter Vogt afirmou que deve identificar e processar os envolvidos.
"Podemos contar com um processo criminal por oferta de pornografia de terceiros, que pode levar a penas de de três meses a cinco anos de prisão", disse Vogt.
Entrevistada para o programa, a empresa responsável pelo site admitiu que já houve "alguns casos" de crimes sexuais nos últimos anos e que usuários foram banidos do site em decorrência.
(Fonte: BBC Brasil)

quinta-feira, maio 03, 2007

Dia Mundial da Liberdade de Imprensa

Top Ten Worst Countries for Journalists and Media Staff 2006
(Fonte: http://www.newssafety.com/)

Números:

  • Mil jornalistas e outros profissionais de imprensa morreram no exercício da profissão, nos últimos 10 anos. É uma média de dois por semana.

  • Apenas um em cada quatro morreram quando cobriam uma guerra ou outro conflito armado. A grande maioria morreu em tempo de paz, no seu país.

  • Pelo menos 657 jornalistas foram mortos quando tentavam iluminar o lado sombrio das respectivas sociedades.

  • Só oito responsáveis destes assassinatos não foram sequer identificados.

  • 2005 (147 mortos) e 2006 (167) foram os anos mais mortíferos da década.

  • Na guerra, 92% dos repórteres mortos eram "unilaterais" (cobriam o acontecimento por sua conta e risco) contra 8% de embedded (incorporados em unidades militares).

  • O continente asiático está em primeiro lugar no número de mortos (25%), seguido das Américas, Médio Oriente, Europa e África.
(Fonte: Jornal Público, 3 de maio, P2, pp.4-5)

quarta-feira, maio 02, 2007

Se correr o bicho pega. Se ficar o bicho... engole!

As amizades fazem muito mal nos dias de hoje, ou melhor, fazem mal ao sistema econômico atual, para ser mais precisa. Precisamos ser performáticos, ágeis, trabalhar olhando para baixo, evitando conversas banais e aumentando a produtividade. Trabalhar rápido, sem pausas, só assim o sistema vai pra frente e a caixa registradora funciona 'liscia'. As pessoas não estão acostumadas a verem as pessoas felizes no trabalho. Hoje, trabalhar bem é trabalhar sério. Sorrir é sinônimo de desleixo, preguiça, ineficiência. Quem vê de fora não sabe o quanto é suado estar atrás daquele balcão de café, não faz a mínima idéia. Sorrir? Querem é ser atendidos o mais rápido possível, como se servissemos croissants com a boca. As mãos trabalham, os pés então, nem falo. Querem agora colocar nossos rostos a trabalhar. Amizades no trabalho? Conversas entre uma torrada e um café? Não!!! Elas trabalhavam juntas há mais de 20 anos. Não!!! Mudança de turnos, não é permitido. A performance nos engole, de uma vez só. Mas o inimigo não está somente do outro lado do balcão, está também dentro daqueles que já foram engolidos, mastigados e cuspidos sem pele, sem coração, sem sorriso. E de quem é a culpa? Nossa por não protestarmos? Mas e quando o emprego está em jogo? Quem é que tem coragem de enfrentar o tiroteio? Não é uma situação fácil, mas talvez a solução esteja na mão daqueles que tem menos a perder... talvez!

sexta-feira, abril 27, 2007

Tentanto enxergar melhor


Os papéis estão todos ali à minha espera, eu sei. Ninguém pode me substituir naquilo que tenho para ler, ou para escrever. A verdade é que as coisas que saem da alma, essas saem sempre com tal fluidez que parece um movimento externo, algo independente, solto. É meu, mas vai sozinho. Nas outras coisas não. Tudo muito refletido, pensamentos e idéias que não conseguem encontrar um fluxo menos turbulento. Hoje dormi. Hoje comi. Hoje não li. Talvez a cobrança seja tão grande que me bloqueia antes de começar. Depois flui, pelo menos assim espero. Tenha calma, faz parte de um processo criativo, tento me convencer. E como será que os outros estão lidando com este estresse? Eu devo admitir que estou muito mal na administração do tempo e das prioridades letivas. Mas enfim, vou levando um dia de cada vez, um pouco com a barriga, um pouco com o estômago. Espero encontrar o quanto antes a habilidade de limpar bem as lentes dos óculos e tocar para frente sem muitos lamentos. Bom final de semana!

quinta-feira, abril 26, 2007

Dicotomia comestível

Era a mesa 29. Sentia-me pouco confortável, essa é a verdade. O lugar era muito amplo, com mesas muito arrumadas com toalhas brancas de algodão macio que cobriam as toalhas cremes de pregas à moda bolo de casamento. Escolhemos aquela mesa sem trocar uma palavra. Era encostada na parede na tentativa inútil de proteger-nos pelo menos em um dos lados. Não que buscássemos a proteção ou que precisássemos dela, somente pelo fato de aquele ser um almoço entre amigos dentro de um contexto, muitas vezes, pouco amigável. Aliás, estávamos submersos neste contexto. Desilusões, troca de impressões. Pouco falei, desta vez por opção. Muitas vezes me perdia nas suas palavras tão cheias de significado. Nestes momentos olhava os garfos e como os pousava no prato virados para baixo, um de cada lado. Antipasto. Vinho tinto escolhido por ele e muito apreciado por mim. Boa companhia. Muitas interrupções, afinal de contas era uma pessoa de muito prestígio e reconhecimento no nosso tal 'contexto'. E eu, naqueles momentos, queria apenas me volatilizar e depois voltar a me materializar. Por ele talvez, mas mais por mim. Aumentava o desconforto e pensava no que as pessoas estavam pensando ao me verem ali. Depois passava e voltávamos aos nossos fragmentos de conversa. Frango e salada para mim, carne e arroz para ele. Mais interrupções. Mais abstrações. Desta vez, olhava para o vinho e deixava ele repousar na língua antes de enrolir para adormecer o céu da boca. Ele falava, eu comia. Eu escutava, ele absorvia. E foi nesta gangorra de ações e pensamentos que passamos do doce ao café. Eu estava feliz por estar ali, apesar de constrangida. Não por ele, ou pelas pessoas, mas porque no fundo sabia de não pertencer àquele ambiente. Era tudo muito grande. Ele, a sala, as pessoas. 'Da próxima vez lhe convido para comer na cantina da universidade', disse na esperança de uma próxima vez. Nos despedimos rapidamente e a tarde prosseguiu um pouco mais leve, pelo menos na parte que me toca.

quarta-feira, abril 25, 2007

Ouvir o silêncio

Já estava se repetindo com uma certa frequência, mas para mim parece sempre a primeira vez. As mãos tremem, a garganta seca. Sinto-me transpirar e o calor que meu corpo propaga chega-me ao rosto ateando fogo. E que sensação maravilhosa, o tal frio na boca do estômago. Ouço meu coração tocar tambores que ecoam dentro de mim, uma melodia intensa, tribal. Aos poucos, tento desacelerar meu ritmo com respirações mais profundas. Vou acalmando-me. Chego a quase certeza de controle quando o silêncio impõe sua presença e os múltiplos olhares doam-me a palavra. No início, tímida, gutural. Depois larga, densa, cheia da minha alma. E quando tudo termina, o inesperado. Uma senhora simpática, priva de visão, pede a palavra após as palmas e diz: "Menina, hoje aprendi consigo a ouvir o que diziam os teus silêncios. Obrigada!". E eu, ainda transtornada pelo turbilhão de palavras que profecei, sorri imensamente grata por ter alcançado além dos ouvidos das pessoas.

terça-feira, abril 24, 2007

Esse cara é um mito!


"Acho a maior graça:

Tomate previne isso, cebola previne aquilo,
chocolate faz bem, chocolate faz mal,
um cálice diário de vinho não tem problema,
qualquer gole de álcool é nocivo,
tome água em abundância, mas não exagere...


Diante desta profusão de descobertas, acho mais seguro não mudar de hábitos.

Sei direitinho o que faz bem e o que faz mal pra minha saúde.
Prazer faz muito bem.
Dormir me deixa 0 km.
Ler um bom livro faz-me sentir novo em folha.


Viajar me deixa tenso antes de embarcar, mas depois rejuvenesço uns cinco anos.
Viagens aéreas não me incham as pernas; incham-me o cérebro, volto cheio de idéias.
Brigar me provoca arritmia cardíaca.

Ver pessoas tendo acessos de estupidez me embrulha o estômago.
Testemunhar gente jogando lata de cerveja pela janela do carro me faz perder toda a fé no ser humano.
E telejornais... os médicos deveriam proibir - como doem!

Caminhar faz bem,
Dançar faz bem,
Ficar em silêncio quando uma discussão está pegando fogo, faz muito bem;

Você exercita o autocontrole e ainda acorda no outro dia sem se sentir arrependido de nada.
Acordar de manhã arrependido do que disse ou do que fez ontem à noite é prejudicial à saúde.
E passar o resto do dia sem coragem para pedir desculpas, pior ainda.
Não pedir perdão pelas nossas mancadas dá câncer, não há tomate ou mussarela que previna.

Ir ao cinema, conseguir um lugar central nas fileiras do fundo, não ter ninguém atrapalhando sua visão, nenhum celular tocando e o filme ser espetacular, uau!
Cinema é melhor pra saúde do que pipoca.

Conversa é melhor do que piada.
Exercício é melhor do que cirurgia.
Humor é melhor do que rancor.
Amigos são melhores do que gente influente.
Economia é melhor do que dívida.
Pergunta é melhor do que dúvida.
Sonhar é melhor do que nada"




(Luís Fernando Veríssimo)



Obrigada Dudu! Ganhei o dia!

segunda-feira, abril 23, 2007

Na viagem à Croácia


As estradas eram veias abertas, rasgadas. Onde a poeira misturava-se ao suor pelas janelas abertas do carro. Na paisagem caramelo do outono era o único modo de chegar ao alto da colina. Entre solavancos, subidas e descidas, aos poucos nos aproximávamos ao último povoado. Deixamos para trás 800 quilômetros de estrada, e agora, cansados, ansiávamos pouco. Não queriamos banquetes, nem grandes acomodações. O organismo chamávamos à coisas mais urgentes.
Nosso primeiro anfitrião foi um simpático cachorro preto de olhos escuros e meigos. Depois vieram as galinhas e o galo. Todo aquele arredor era como se estivesse entrando em uma poesia bucólica do século XIX. Maravilhosamente bem, era o meu estado de espírito. Sentia-me parte de tudo, mesmo tendo crescido em praia e em uma paisagem tão distante desta. Mas ali tinha um qualquer coisa de familiar.
O almoço estava servido, as camas arrumadas, e o banheiro... o banheiro era perfeito.

sábado, abril 21, 2007

Uma ponte de vida


Duraram poucos minutos, enquanto a tosta mista derretia na prensa. Ela começou a contar dos seus dois filhos, da mãe já falecida, do marido que foi para as tropas em Angola. Eu ouvia todas aquelas histórias com um misto de surpresa e contemplação. "Eu trabalhava em confecção, mas depois do 25 de abril fechou e fiquei desempregada. Depois comecei a lavar pra fora, tudo na mão mesmo. Aos poucos comecei a fazer algumas horas aqui no bar e já estou aqui pra mais de 20 anos", contava orgulhosa e sorridente. Lamentou-se somente não ter tido mais filhos por causa do período difícil do desemprego. "Casei nova, com 19 anos, mas nem por isso digo para as pessoas não casarem", em resposta ao senhor que pouco antes dirigiu-se a mim dizendo "não cases nunca". Desconhecia o motivo do seu comentário desencorajador, até porque, pensava, agora é tarde demais. Sentia-me realmente lisonjeada pela confiança que aquela jovem senhora tinha por mim. Naquele momento eu era alguém como ela, alguém de casa, que conhecemos há anos e a quem podemos contar particulares de vida no simples ato de compartilhar e doar um pouco de experiência e humanidade. E enquanto ela falava, as perguntas mentais surgiam como fungos. Como foi que chegamos a este grau de proximidade vendo-nos apenas nas minhas 6 horas de trabalho por semana, porém de um ritmo avassalador? Quando foi que esta ponte foi construída? Estava literalmente extasiada e estranhamente feliz. Segundos de silêncio. "Menina, acho que minha tosta está pronta". Sorrimos com olhares cúmplices. Eu fui entregar a tosta e ela desapareceu atrás da máquina de café.

quarta-feira, abril 18, 2007

O estereótipo do croissant de queijo

Foi enquanto eu cortava o croissant que comecei a prestar mais atenção aos meus gestos, ao meu modo de pegar a faca, de passar a manteiga, de selecionar quais fatias de queijo cabem em cada tamanho, de não cortá-lo até separar as duas fatias. Prefiro assim, para que o queijo não transborde por todos os lados quando o calor da prensa fizer o seu trabalho. Adoro aquele perfume, de queijo fundido no croissant quente. Não qualquer queijo, alguns têm cheiros muito desagradáveis quando derretidos. Eu gosto é de queijo lanche, cortado em fatias médias.
"Aquecido", "cortado", "no prato", "inteiro", "frio", "com uma fatia de queijo", "grande", "pra levar", "pequeno", "muito quente", "só um bocadinho"... são as possibilidades. E cada um quer de um jeito. Um croissant não é igual ao outro. Mesmo o ritual de escolher é diferente, "maior", "menor", "mais branquinho", "mais assado". Para as mulheres costumo escolher os menores e mais branquinhos. Uma associação à delicadeza, suavidade. Aos homens os bem assados e grandes. Incrível como os estereótipos estão presentes também nas nossas pequenas escolhas. Escolho o croissant, corto, separo as fatias de queijo que já estão grudadas devido ao calor, ajeito no croissant para que não transborde e coloco na prensa. "O próximo por favor!"

quarta-feira, abril 04, 2007

Pascoa sinistra...


Vim passar a Pascoa aqui em terras macarronicas, alias, deveria escrever este post no outro blog mas estou com preguiça de mudar agora. Enfim, estava dizendo, vim para Italia passar Pascoa com a idéia genial de passar 2 dias ao mar. Maior fria! Literalmente. Ja peguei neve, frio, chuva, vento de cortar a pele... sinceramente, me transferi para Europa de idiota. Passo maior trabalho com o frio, nao aguento mesmo. Minha querida amiga Ane adora o inverno, diz que as pessoas sao mais bonitas, melhor arrumadas. Até pode ser, ainda mais minha querida Ane que é sempre chiquerrima em qualquer estaçao, mas os meros mortais como eu... aiaiai é frio demais. Ainda é ver para crer, "sera que vai dar praia?".... "se nao chover!"

Vou curtindo vinhozinho e cobertor de orelha por enquanto.

Beijos e boa Pascoa com os ovinhos congelados :P



segunda-feira, março 26, 2007

Jornalistas de Ph neutro

O poder
"Quando você o tem, é preciso prudência.
Quando não, é preciso o dobro."

Quando um não quer, dois não brigam... acho que é muito mais profundo do que isto.
Nem sempre temos o controle da situação e muitos são os fatores que nos levam a descompensação.


Entender um conflito é sempre tarefa árdua. Contextualizar os atores, entender os motivos, ponderar com o mesmo peso os dois lados. Tarefa não fácil para qualquer pessoa, e mais significativa ainda para um jornalista. O tal "serviço público", a tal "neutralidade". Até quanto conseguimos nos despir dos nossos preconceitos buscando alcançar um relato fiel deste retrato da realidade que publicamos? Qual o grau de humanidade que temos de abdicar para sermos considerados "jornalistas de Ph neutro"?

quinta-feira, março 22, 2007

Tenham um bom dia!

Mantenha seus pensamentos positivos
porque pensamentos
tornam-se suas palavras.
Mantenha suas palavras positivas
Porque suas palavras
tornam-se suas Atitudes.
Mantenha sua Atitudes positivas
porque suas Atitudes
Tornam-se Hábitos.
Mantenha seus Hábitos Positivos
porque seus Hábitos
tornam-se seus valores
Mantenha seus valores positivos
porque seus valores...
tornam-se seu Destino



(Gandhi)

quarta-feira, março 21, 2007

Quotidiano

Para trabalhar bem é preciso confiança, tranquilidade, dados disponíveis, pessoas acessíveis, paz de espírito. Talvez muitas outras coisas, mas com essas eu consigo realmente me sentir realizada quando estou produzindo alguma coisa.


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Já tenho orientadora para minha tese! Estou muito feliz!


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Filosofia de mãe:


"Se não quer ficar de mau humor não deixe as tuas roupas pelo lado avesso"


Talvez tenha fundamento. Ontem a camisola ficou virada e eu tava péssima, hoje lembrei do conselho e deixei pelo lado certo e as coisas estão indo maravilhosamente bem! Coincidência? Pode ser...


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Filosofia de filha:


"Mãe quase sempre tem razão, mas o difícil é dar o braço à torcer!"


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Páscoa na Itália e Croácia. Entusiasmante!

Mas vou tentar fazer uns contatos para minha tese.

Unir o útil ao muito agradável.

terça-feira, março 20, 2007

Up and Down



E quando vemos que as idéias estão surgindo mas tem sempre alguém para te puxar pra baixo? Nada melhor que abandonar os cotonetes e criar uma boa camada de proteção contra o pessimismo. Confesso que normalmente me encontro do lado pessimista, mas quando sinto o gosto do meu próprio veneno sinto como uma mola propulsora empurrando minha tendência "dark side of the force".


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Alerta vermelho! Não me irritem!


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Up: minhas idéias para o futuro.
Down: minha antipatia e pouco receptividade para novas pessoas.


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Tenho muita resistência ao novo. Novas pessoas na minha vida. Combato, sou antipática, pouco acolhedora. Que coisa triste isso! As pessoas precisam ser muito persistentes para conseguirem entrar no meu mundo. O que é pior, reclamo tanto que ninguém me procura, mas é óbvio! Quem é que procura uma que está sempre reclamando...

quinta-feira, março 15, 2007

Comunicação social integrada: um casamento ao feminino!


Acompanhando as discussões sobre a pesquisa em Jornalismo que acontecem dentro da universidade ouço sempre os mesmo discursos. Que existem poucas pessoas empenhadas em estudar o Jornalismo, poucos dados, poucas análises. O que vemos são trabalhos que mordem as beiras mas não tocam o miolo. Mas o miolo da questão, qual é? Acho que responder a pergunta: o que é jornalismo? é tão complexa quanto perguntar de onde viemos. Fora os discurso cósmicos, metafísicos ou transcendentais, o Jornalismo tal como tem se apresentado hoje, precisaria ser analisado por psicólogos tamanha é a confusão mental e a crise de identidade dos próprios pesquisadores-jornalistas. Uma esquizofrenia, um tentar ser algo que não se é, ou melhor, acreditar seriamente que estamos prestando um serviço público mas na realidade estamos é cada vez mais embaixo das asas do departamento comercial. A promoção da interdisciplinaridade na área da comunicação social nunca foi tão levada a sério como hoje em dia com o casamento do jornalismo com a publicidade, onde quem manda é a mulher!

sexta-feira, março 09, 2007

Iluminação!

Acho que começo a ver alguma salvação para as minhas idéias que boiavam neste oceano de possibilidades acadêmicas. Me sinto motivada, quase aliviada mesmo sabendo que tem muita estrada pela frente! Ainda tenho muita coisa para verificar, debater, excluir.... mas vai nascer!
Beijos

quinta-feira, março 08, 2007

Dia M

Ausência total
Mulher parcial
De poucos amigos
De muitos temores
Menina crescida
Mulher infantil
Quem és tu neste espelho?
Quem reflito não vejo
Peguei carona com o vento
Imperfeito, quente, traiçoeiro
Parei além da terra esperada
Piso agora areia de outra estrada
Vida confusa, vida de negativo
Um rolo de filme preto, no branco
De perguntas sutis
De olhares invasivos
Ainda consigo ver a meta
Mulher, cabeça ereta
Luz, de novo, novo vôo

segunda-feira, janeiro 15, 2007

Também quero 5 cêntimos!

Com certeza estão querendo acabar com a alegria das festas de final de ano. Confesso que não acredito em Pai Natal há muitos anos, mas toda vez que os 12 meses estão se fechando começo a ter dores de estomago. No Brasil, os políticos e o comércio tem como alvo o carnaval. Aqui em Portugal, particularmente em Braga (não posso falar de lugares onde não conheço), o final do ano é o momento chave para a sutileza no aumento dos preços. Passo a relatar.
Fui ao bar da universidade tomar um cafezinho e, como quase todo estudante, com o dinheiro contado, cheguei para pagar: “- Um café, por favor”, solicitei ao funcionário que estava no caixa. “- 45 cêntimos, por favor”. Demorei para processar a informação. Senti que as minhas duas moedinhas de 20 cêntimos, que aliás já estavam molhadas dentro da minha mão suada, me olharam implorando por esta nova companhia colorida, com mais 5 cêntimos. Muito bem! Abri minha bolsinha de couro amarelo e tirei a moedinha que faltava. Confesso que o café não desceu muito bem. Sou uma viciada nesta líquido milagroso, mas vocês tem que entender que não estava preparada psicologicamente para pagar mais por ele.
Terminei meu café e fui pegar o autocarro. Pânico! Não achei minha carteira do TUB para minhas viagens. “Droga!”, pensei, agora vou ter que pagar 1 euro e 10 cêntimos pela passagem podendo pagar metade. Castigo por reclamar do preço do cafezinho. Abri novamente a minha bolsinha de couro amarelo, peguei as moedinhas e fui fazer o bilhete. “Faltam 5 cêntimos, menina”. O quê??? Não pode ser, estão querendo me arruinar, acabar com o meu 2007!
Basta, não quero mais viradas de ano, carnaval, nem nenhuma festa que possa camuflar estes abusos. Deixam-nos encher a barriga de bolos-rei e outras iguarias para poder nos matar de indigestão quando o novo ano chega. Aumentar os preços sem que o povo perceba, será que os responsáveis são assim tão ingênuos? Ou será que o povo é assim tão estúpido? Fazer os aumentos no período das festas para doer menos, será esta a política em vigor? Como são bons para nós! Obrigada mesmo. Os estudantes sem bolsa de estudos agradecem.

segunda-feira, janeiro 08, 2007

Paralelismo

É paralela.
A tentativa de vivermos.
O amor televisivo.
O teu café, o teu abraço, o teu sorriso.
Vivemos ali, um ao lado do outro, mesma cama, mesmo banheiro, mesma conta no banco.
Paralelos.
Olhares, sexo, horizontais e paralelos.
Um orgasmo.
Dois meses.
E o diálogo? De trincheira.
E a paixão? De torneira.
Escorreu na vertical.
Paralelas são nossas ambições, nossas estradas, nosso horizonte.
Você olha a janela
Eu, o corredor.
Paralelo.
Existência. Cachorro. Comida. Vida.
Paralela.

08/01/07