terça-feira, novembro 21, 2006

O importante é continuar vivo

Preciso um pouco mais para acreditar, um outro passo e chego lá. Sair da caverna de Platão exige sacrifícios. Vejo a luz, mas não o fim do túnel (ou a saída dele). A mente voa, os pés se arrastam. A mente se perde, aqui e ali. Sinto-me cansada, doente, triste. Dentro de mim tem muito mais, mas a casca por fora impede o renascer. Comodismo, preguiça, aquilo que vai além do simples reproduzir das mesmas teclas. Até onde vou, até onde me permito ir. Agora estou sem respostas, não acho as idéias, ou melhor, acho todas e não aquela. Tenho tantos focos, tantos caminhos, e todos são tão coloridos. Não sei por onde pisar. Agora, piso em ovos. O corpo estático, inerte. Penso, muito, demais. Canso, paro, penso novamente. Faço perguntas, perco o sono. Tento ir além. Respiro, choro, me desespero. Levanto a cabeça, tomo café, trabalho. Leio, tantas coisas, poucas coisas. O tempo não ajuda. Não o tempo que tenho mas o tempo que administro. Esse vai mal. Os livros, novamente eles. Nas estantes, nas pastas, na cabeça. E não entram, a concentração não vem. Leio, releio e eles escorrem, como areia fina pelas mãos. Pouco ou nada fica. Leio com atenção, paixão, devoção e eles não me retribuem. Linhas, umas embaixo das outras, entre um respiro e outro vou me perdendo, navego, divago sobre o futuro, daquilo que poderia ser, faço conexões... e a leitura? Tenho que reler. E assim vou me perdendo, com o tempo, com a ausência, com o que ainda não tem e que não vejo a estrada. Escrevo, muito, sobre o que não importa. Nasci pra que? Para sonhar, meditar sobre o vácuo, sobre a ausência de tudo. Caminho, o importante é não ser atropelado, olhar para os dois lados, chegar são e salvo.

1 comentário:

d.m. disse...

vc é muito exigente com vc mesma amiga. tb sou :-)
tem jeito nao.