sábado, março 15, 2008

Naquele instante,

como uma onda repentina, tomaste meu corpo no ar e sugaste meu respiro. Querias saber o gosto da minha alma, porém, não sei exatamente o que tocaste. Foi tudo tão rápido que quando percebi o acontecido, fiquei com a sensação de que não tivesse existido. E quando o coração chamou ao cérebro, encontrou o vazio da tua resposta. Por que complicamos o simples ato de dizermos como nos sentimos? Não deveria ser algo espontâneo? Procuramos sempre floreios, e palavras, e cuidados, e ...

A verdade é que algo se passou, como um monólogo da nossa vida recitado em duo, por completos desconhecidos. As contradições da solidão e da necessidade de companhia. Os medos de avançar e sentir no rosto a brisa suave da despedida. Os problemas, as correrias, as dores e alegrias. Ser espelho e tentar atravessá-lo. Beijá-lo e sentir o gosto amargo da nossa própria solidão. Tocarmos lá dentro da alma como uma pedra em um lago tranquilo. Acompanhar as ondas circulares que vem tocar as margens da nossa segurança e comodidade.

1 comentário:

Freadom and Expression disse...

forte e pofundo...
belo, muito belo...
gostei...beijo...