quarta-feira, outubro 18, 2006

Os caminhos do "odio"
Outro dia, na aula de mestrado, falavamos sobre aquilo que é diferente e como conviver com as diferenças. Um fenomeno que ocorre na Europa, mas que na América, em particular modo no Brasil onde ja nao surte tanto efeito, as diferenças raciais ainda causam admiraçao, espanto, fobias.
Em relaçao as diferentes raças, a grande imigraçao africana para a Europa é um fator mais recente. O que no Brasil fez parte da colonizaçao, com os escravos, aqui, até meio seculo atras, ainda era novidade, quase uma atraçao circense, poder encontrar um africano na cidade.
Partindo disto, a discussao girou em torno à colonizaçao, imposiçao dos regimes e, os modos como dialogar com a diversidade. De um lado, a tolerancia, tolerar o que é diferente, em um posicionamento de superioridade, de afirmar que a minha posiçao é mais privilegiada, sendo assim, te tolero. E do outro, pela força, pelo dominio e imposiçao daquilo que para mim é a verdade. Neste ultimo caso, a questao religiosa é a de maior relevancia. Eu imponho o que é certo, pela força, e todo o resto nao tem valor, é heresia.
Analisando estes dois pontos, o tolerar e o impor, me pergunto quais seriam os caminhos da paz? Conviver com a diversidade sem que eu tenha que tolerar ou impor o meu ponto de vista, a minha religiao, a minha raça. Que soluçoes existem? Como podemos dialogar sem correr o risco de alimentar as fobias, os guetos, a discriminaçao?
Nos 3 ultimos anos, acompanhando a imprensa italiana, as manchetes policiais dos principais diarios locais contribuiam cada vez mais em alimentar o preconceito, a discriminaçao, a afirmaçao dos estereotipos. "Marroquinos assaltam padaria"; "Albaneses presos por roubo de bicicletas"; "Extra-comunitarios roubam banco", e assim por diante. Em 1922, Walter Lippmann, com seu trabalho, Public Opinion, definiu que o "stereo type", é um modelo demasiadamente simplificado que nos ajuda a dar um sentido ao atual mundo caotico. Os estereotipos, segundo Lippmann, sao a ferramenta que nos "auxiliam" a satisfazer nossas necessidades e a defender nossos preconceitos.
Estas sao questoes que nos fazem refletir em como os média atualmente pouco contribuem para promover processos de aceitaçao social e de desenvolvimento de uma mentalidade de paz, de convivencia saudavel e racional entre os povos. Fica o recado!

1 comentário:

d.m. disse...

amiga maìra, é dificil nao entender os dois lados aqui. esta semana estava um debate no radio intenso sobr euma escola arabe em roma, parece. o problema é que a escola nao era mais uma escola bilingue, mas uma escola de arabes para arabes. como jah existe na alemanha, eles criam uma ilha e nao fazem a menor questao de se adaptarem a uma nova cultura que é totalmente diferente. o preconceito e esteriotipos existem dos dois lados. para nos, brasileiros, eu observo tudo de uma forma muito curiosa... talvez seja porque nossas imigraçoes nao sejam tao recentes e tenhamos encontrado um equilibrio. mas, se observar o resto da america latina, eles continuam tendo dois grupos: os indios e os europeus.